Durante a entrega de dois novos Coletivos Bahia pela Paz nos bairros de PHOC I e Abrantes, em Camaçari, nesta quinta-feira (18), o secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia, Felipe Freitas, adotou um tom firme e em defesa da dignidade da população baiana. O evento foi marcado por um forte momento de consternação, com o secretário manifestando publicamente seu profundo pesar e indignação pelo assassinato de três trabalhadores de telecomunicações, ocorrido em Salvador, vítimas da violência de facções criminosas.

 "Minha solidariedade total às famílias dos trabalhadores que saíram de casa para garantir o sustento e tiveram suas vidas ceifadas. Esse crime é um ataque não apenas a eles, mas a toda a sociedade. Nós não podemos permitir que o crime organizado impeça trabalhadores e trabalhadoras de viverem as suas vidas e exercerem seus ofícios", ressaltou Freitas.

Para o secretário, a presença do Estado através dos equipamentos de cidadania e assistência social promove acesso a oportunidades para a juventude, que visa ampliar a liberdade das comunidades. Ele enfatizou que a retomada do território se faz com acolhimento, formação e a garantia de que o direito de ir e vir, assim como a segurança no trabalho, sejam preservados.

O titular da SJDH destacou que a inauguração das unidades não é um ato isolado, mas o pilar de uma política de segurança pública moderna que prioriza a prevenção. Ao integrar o trabalho de 12 secretarias estaduais, a exemplo das Secretarias Estaduais de Segurança Pública, Assistência Social e Políticas para as Mulheres, os Coletivos funcionam como escudos sociais para jovens de 12 a 29 anos. Freitas pontuou que a luta contra a violência exige que o Estado chegue antes do conflito, oferecendo alternativas reais de desenvolvimento nas comunidades que mais precisam.

Inteligência e Combate à Impunidade

 Em sua fala, Felipe Freitas reforçou que a eficácia da justiça depende de uma união institucional sem precedentes. Segundo ele, casos como o dos trabalhadores em Salvador exigem que o Governo seja "impecável na investigação de homicídios", o que só é possível através de um robusto trabalho de inteligência e da atuação conjunta com o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e a Defensoria Pública.

Durante pronunciamento, na quarta (17), o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner,  reforçou que desde que tomou conhecimento das mortes dos trabalhadores Ricardo Antônio Souza, Jackson Santos Macedo e Patrick Vinícius, as polícias iniciaram diligências para prender integrantes da facção suspeita de realizar o crime “bárbaro e covarde”. “Não vamos descansar até entregarmos à justiça todos os criminosos que cometeram esse ato de violência contra a população”, afirmou Werner. 

Ao encerrar o ato, o secretário, que é coordenador do Programa, reafirmou o compromisso de expandir essa rede de proteção. A estratégia do Programa Bahia pela Paz é clara: ocupar as comunidades com serviços psicossociais e oportunidades para que o medo não seja a regra. Para Freitas, a entrega das unidades em Camaçari, embora sob o luto pelos trabalhadores perdidos, simboliza resistência do Estado e respeito à vida, consolidando um modelo que une o rigor da lei à sensibilidade dos direitos humanos.

By admin