“O que é ruim sempre pode piorar”, diz um ditado popular. E assim esta sendo com a poluição sonora que consome a paz de Camaçari (BA), praticamente em todos os dias. Na cidade além dos sons potentes em carros e paredões, que já não deixava ninguém dormir ou ter um dia de paz, agora a trilha sonora vem com letras contendo pornografia explicita.

Algumas famílias de evangélicos, que procuraram a nossa redação, disseram que na época da eleição de 2024, a comunidade cristã foi bastante procurada pelos candidatos, e que agora é preciso que a prefeitura faça valer esse interesse pelas Igrejas, ordenando a cidade, para que esse abuso de baixo nível, que está acontecendo, chegue ao fim.

Veja o que diz uma importante liderança da cidade de Camaçari, nesta segunda-feira (4):

“O som que fere: quando a fé é abafada pela poluição moral das ruas”
Por Estelita Cristo
Estamos em pleno século XXI, mas o que se ouve pelas ruas de Camaçari muitas vezes parece vir do abismo. Não se trata apenas do volume estrondoso dos carros de som e dos paredões. O que realmente ensurdece — e entristece — são as letras carregadas de pornografia, de apologia à promiscuidade, à violência e à banalização do corpo e da alma. Para alguns, isso é diversão. Para outros, é tortura sonora, um ataque diário à moral, à fé e à tentativa corajosa de criar filhos com valores.
Como explicar para uma criança que aquela música que invade a janela da sala não é algo que ela deva repetir? Como sustentar princípios cristãos dentro de casa, quando a rua escancara perversões em alto-falantes? Que tipo de liberdade é essa que esmaga a dignidade dos que ainda acreditam que família é lugar sagrado?
E justamente nesses tempos de eleição, muitos políticos correm para as igrejas. Os cristãos viram “voto de ouro”, “base de valores”, “estratégia eleitoral”. Mas quando a última urna é fechada, onde estão os compromissos? Onde está o respeito por aqueles que sustentam com oração, trabalho e fé o tecido moral de nossas comunidades? O espaço público virou palco de vulgaridade — e o silêncio do poder público é ensurdecedor.
A pergunta é inevitável: e se houvesse de fato cristãos no poder — não apenas de nome, mas de conduta? Homens e mulheres que não apenas ocupassem cargos, mas que ouvissem o clamor do povo de Deus? Que erguessem projetos, debates, legislações que protejam a infância, a família, os valores?
Não se trata de impor religião. Trata-se de garantir respeito. É dever do Estado limitar o que atinge a todos. A pornografia sonora não pode mais ser tratada como normal. Ela fere. E o que fere a moral, também fere a cidade. Uma gestão comprometida com os cristãos não apenas apareceria em cultos e missas — ela sentaria com pastores, padres, líderes e famílias para construir soluções. Mas, por enquanto, seguimos… ao som de batidas cruéis disfarçadas de cultura.
E se há tantos cristãos na política, a pergunta que ecoa como um trovão é: cadê os frutos?
“Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta, e anuncia ao meu povo a sua transgressão” (Isaías 58:1)
E como diz o cântico 400 do hinário da CCB:
“Oh, se eu pudesse ao mundo mostrar, o bem que é servir a Jesus!
Que gozo eterno no céu desfrutar, que bênção na bendita luz!”
O povo cristão não é massa de manobra. É coluna da sociedade. E a fé, quando é verdadeira, não se cala. Clama. Age. Constrói. Exige respeito. E transforma.
— Estelita Cristo

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