Secretária de Cultura Elci Freitas

Espírito patriótico, integração e unidade de entidades públicas e civis que compõem a sociedade. Essas características resumem a tradicional passagem do Fogo Simbólico, celebração histórica que abre oficialmente as comemorações do 2 de Julho. Nesta segunda-feira (30), dando continuidade ao percurso iniciado neste final de semana em Salvador, Camaçari recebeu de Dias d’Ávila a pira que simboliza a vitória do povo baiano sobre as tropas portuguesas, marcando um momento crucial na luta pela Independência do Brasil.

A tocha chegou na rotatória da BA-512 com a Via Axial, na entrada do campus da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), pelas mãos do atleta camaçariense Fábio Bispo Lima, morador do bairro Phoc II. “É um momento inesquecível, carregado de muita emoção. Viva nosso 2 de Julho”, enalteceu.

Ao longo do trajeto, o símbolo, que evoca união dos povos e resistência, passou por importantes trechos da cidade, como as Avenidas 28 de Setembro, Concêntrica e Tupinambás, além do Tiro de Guerra, Avenida Camaçari, Clube Arsenal, Rua do Telégrafo, Centro Comercial, Museu de Camassary, Praça Desembargador Montenegro, Rua do Alecrim, Avenida Comercial e Deputado Luís Eduardo Magalhães, bem como pela Rua Francisco Drumond, até chegar ao pátio da prefeitura, local onde ocorreu o ato simbólico.

(foto) Secretária de Governo Ednalva Santana e a Secretária da Mulher Branca Patrícia, participaram da solenidade

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Pelo segundo ano consecutivo, Ednilson Júnior, 38 anos, participou da celebração carregando a tocha. “Participar de um momento simbólico como esse, que representa a nossa independência, é entender o processo histórico e, na prática, fazer a nossa cultura passar de geração para geração”, pontuou o professor de Educação Física.

O evento também contou com pessoas que participaram da celebração pela primeira vez, a exemplo de Beatriz Veloso, 27 anos. “É a primeira vez que participo, estava bem ansiosa, queria muito vivenciar esse momento. Relembrar, de alguma forma, esse ato histórico na nossa cidade. Participar dessas celebrações é abraçar a nossa cultura, as nossas raízes”, declarou a jovem.

Com o tema “Camaçari é Recôncavo Norte”, esse é o terceiro ano consecutivo que o município recebe o Fogo Simbólico. Na oportunidade, o prefeito Luiz Caetano destacou a importância da data, que vai além da separação política, abarcando a diversidade cultural e étnica da Bahia, moldada pela miscigenação e influência das tradições africanas e indígenas.

“A chama do Fogo Simbólico representa a coragem do nosso povo. A independência do Brasil não se limitou a um ato isolado. Tivemos diversos outros episódios que contribuíram e a Bahia, com o 2 de Julho, tem um papel fundamental na consolidação da independência do Brasil. Camaçari escreveu seu capítulo da luta pela independência através de Vila de Abrantes, Monte Gordo, Arembepe, dos povoados. Estamos sempre escrevendo episódios da nossa independência”, frisou o gestor municipal.

A secretária de Cultura, Elci Freitas, destacou a relevância em manter a história viva. “Em celebrações como essa, reafirmamos nossa identidade, ancestralidade e presença firme. O reconhecimento oficial da nossa cidade na rota do 2 de Julho é resultado de uma grande conquista, sobretudo, pela luta do nosso historiador Diego Copque. Que essa chama, que hoje atravessa o nosso território, continue iluminando os caminhos da justiça, da memória e da dignidade do nosso povo. Somos o norte, somos resistência, somos parte essencial dessa Bahia que luta e vence. Viva Camaçari, viva o nosso 2 de julho”, comemorou a secretária.

O historiador Diego Copque, lembrou a luta para incluir o município no roteiro da passagem do Fogo Simbólico. “Essa vitória foi fundamentada por uma tese minha, que trata da participação de Camaçari e do Recôncavo Norte na consolidação da independência do Brasil. Eu sou uma pessoa felicíssima nesse sentido, porque nós estamos trabalhando num processo de reparação histórica. Falar da história do Brasil, é falar da história de Camaçari. E a história de Camaçari não começa com o Polo Petroquímico, começa no século XVI com a fundação do Aldeamento do Espírito Santo, no dia 29 de maio de 1558. E, portanto, Camaçari tem 467 anos de história que precisa ser reparada e contada para o nosso povo”, explicou.

O evento contou com a presença de diversos secretários e autoridades municipais, além de apresentações culturais.

Após a passagem por Camaçari, a pira segue para Lauro de Freitas, onde permanecerá durante a noite. Na terça-feira (1º), às 8h, sairá em direção a Simões Filho, com previsão de chegada às 11h30. O ápice das celebrações será na terça-feira (2), a partir das 13h30, passando pelo Largo de Pirajá e pelo Campo Grande, em Salvador. Esse ano, a festa da Independência do Brasil na Bahia, na quarta-feira (2), completará 202 anos.

Foto: Patrick Abreu e Juliano Sarraf

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