Suspeitas de corrupção e compra de votos marcam campanha de Flávio Matos em Camaçari
Flávio Matos, candidato a prefeito de Camaçari pelo União Brasil, está no centro de uma investigação que envolve suspeitas graves de corrupção e compra de votos. Durante sua campanha, Matos declarou ter gasto impressionantes R$ 1 milhão em combustível, um montante que levanta questionamentos sobre a legalidade desses gastos.
A situação se torna ainda mais suspeita quando se analisa as notas fiscais apresentadas pela campanha de Flávio Matos, em que foram declarados R$ 9.000 em combustível para abastecer apenas 10 veículos. A conta não fecha. Os maiores veículos disponíveis no Brasil, as picapes RAM 2500 e 3500, possuem tanques de 117 litros. Com o preço médio do diesel na Bahia a R$ 5,98 por litro, o custo para encher o tanque desses veículos seria de aproximadamente R$ 700. Ou seja, mesmo que esses 10 veículos fossem todos dessas picapes — o que é difícil de imaginar em Camaçari —, o valor total seria de cerca de R$ 7.000, e não os R$ 9.000 declarados. Isso reforça a suspeita de irregularidades e o uso indevido de recursos.
Além disso, a campanha de Matos utilizou apenas três postos de combustível em Camaçari, todos pertencentes aos mesmos donos, o que levanta ainda mais suspeitas sobre a natureza dessas transações. As notas fiscais mostram gastos de até R$ 31 mil em uma única compra, um valor extremamente elevado e difícil de justificar dentro dos limites legais estabelecidos pela Justiça Eleitoral.
A suspeita de compra de votos é forte. Carreatas, que deveriam ser eventos transparentes e informados à Justiça Eleitoral com antecedência, se tornaram uma forma suspeita de distribuir benefícios a eleitores. O Tribunal Superior Eleitoral permite que candidatos forneçam até 10 litros de combustível por veículo, mas as evidências indicam que os limites foram ultrapassados e que houve um desvio de finalidade.