O dentista Lucas Maia de Oliveira, de 36 anos, foi encontrado morto no dia 25 de novembro no apartamento onde morava, no prédio de luxo Celebration Garibaldi, localizado no Rio Vermelho, bairro boêmio de Salvador. O corpo dele foi encontrado amarrado na cama e vários pertences foram roubados.
Ele estava desaparecido desde o dia 23. Na ocasião, os familiares foram orientados a procurá-lo no apartamento dele, que estava fechado, e em hospitais. No imóvel, o corpo foi achado amarrado na cama, em estado de gigantismo. Além disso, havia pó de café espalhado pelo chão da sala, que os parentes acreditam ter sido usado para disfarçar o odor do cadáver.
Quem é o suspeito de cometer o crime?
O suspeito de matar Lucas foi identificado como Patrick Pereira Pinho, de 22 anos. Ele foi encontrado na casa em que mora com a namorada, no bairro do Engenho Velho da Federação, perto do local do crime.
Inicialmente, quando os agentes chegaram, Patrick pediu para a companheira falar que ele não estava no imóvel, porém, ele foi achado escondido debaixo de uma pia, enrolado em um cobertor.
A mulher foi ouvida pela polícia e disse que o namorado admitiu a autoria do crime depois que apareceu na televisão a imagem dele e ela reconheceu a tatuagem em uma das mãos do companheiro.
De acordo com a Polícia Civil, a identificação e localização do suspeito aconteceram após depoimentos de testemunhas, amigos e familiares, e análise de imagens de câmeras de segurança. A tatuagem que ele tem na mão esquerda foi fundamental para o andamento das investigações.
Para a polícia, o suspeito disse que conheceu o dentista cerca de um mês antes do crime, em uma praça na Avenida Garibaldi. Ele negou que os dois tenham tido qualquer envolvimento amoroso e sexual.
Qual a motivação do crime?
De acordo com o que foi colhido pelas delegadas Zaira Pimentel e Pilly Dantas, os dois discutiram por causa de uma dívida e entraram em luta corporal. Lucas Maia teria pedido para Patrick Pereira comprar drogas e depois não pagou o valor que o suspeito gastou, segundo o que ele disse em depoimento.
Praticante de artes marciais, Patrick deu um golpe no dentista e disse que achou que ele estava desmaiado. Decidiu, então, amarrar os pés da vítima e roubar uma televisão, o notebook, um relógio, uma mala com roupas e o carro, que foi encontrado dias depois, a 2,5 km de distância do prédio onde a morte ocorreu.
Qual a cronologia do crime?
Segundo informações obtidas pela reportagem da Rede Bahia, o dentista Lucas Maia de Oliveira chegou ao prédio por volta de 13h do dia 23 de novembro, acompanhado do suspeito.
No mesmo dia, por volta de 21h, um vizinho interfonou para a portaria do prédio e disse ter ouvido um pedido de socorro. O porteiro subiu até o 10º andar, onde fica o apartamento de Lucas, contudo, não conseguiu contato. Após escutar apenas o barulho feito pelo ventilador, o trabalhador retornou para a portaria, sem chamar a polícia.
Na madrugada do dia 24, o suspeito saiu do apartamento de Lucas. Ele usou as escadas para descer do 10° para o 8° andar, de onde chamou o elevador. Neste momento, o homem usava um casaco que era da vítima.
Uma mala utilizada pelo suspeito também pertencia ao dentista. Antes de deixar o local, Patrick ainda ficou cerca de 30 minutos no carro do dentista e depois saiu do prédio.