Cenário desafiador para a humanidade
O ministro Rui Costa afirmou que esta edição do EEBA acontece em um cenário desafiador para a humanidade. Além das medidas protecionistas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, o ministro mencionou as recentes guerras, como o conflito entre Israel e Irã, que começou na semana passada. “Diante desses fatos, mais do que nunca precisamos aprofundar e acelerar as relações multilaterais. O Brasil e a Alemanha têm valores muito similares. A definição do livre-comércio está presente aqui e podemos fazer acordos importantes”, disse Rui Costa.
Também mencionando oportunidades de acordos com o país europeu, o governador da Bahia comentou que o estado e o Brasil oferecem grandes oportunidades para a transição energética e a expansão industrial. Para ele, o governo federal tem atuado para superar esse momento desafiador em que o Brasil pode e precisa aproveitar oportunidades para se tornar líder global em economia de baixo carbono.
Inovação e economia de baixo carbono são prioridades na relação com Alemanha, diz Ricardo Alban
Presidente da CNI alerta que momento geopolítico é singular para concretização do Acordo Mercosul-UE. Ele discursou no Encontro Econômico Brasil-Alemanha, ao lado do ministro Rui Costa e do governador da Bahia
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou nesta segunda-feira (16) que os principais eixos da relação econômica e comercial do Brasil com a Alemanha serão a inovação, a industrialização e a transição para a economia de baixo carbono. Ele apontou que há enorme espaço para a ampliação da parceria comercial com os alemães e mencionou que o Acordo Mercosul-União Europeia vai alavancar a integração econômica entre os dois países.
Alban participou da abertura da 41ª edição do Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), realizado pela CNI em parceria com a Federação das Indústrias Alemãs (BDI) e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), no SENAI Cimatec, em Salvador.
“Precisamos estabelecer parcerias na área de energia e cooperação nos setores de saúde, insumos farmacêuticos, digitalização e rastreabilidade de cadeias produtivas. Há oportunidades também no fomento aos biocombustíveis e ao hidrogênio verde”, disse. “No contexto atual, sustentabilidade, inovação e transformação digital são muito mais que diferenciais para garantir competitividade, eficiência e relevância no mercado. Esses requisitos são imperativos para o futuro da indústria e para o crescimento econômico dos países”, acrescentou o presidente da CNI.
A Alemanha é o 10º destino das exportações brasileiras. No ano passado, as vendas do Brasil para o mercado alemão somaram US$ 5,8 bilhões. Quase metade desse valor correspondeu a produtos da indústria de transformação, setor cujos efeitos são positivos para a economia, pois tem cadeias produtivas mais longas e paga aos trabalhadores salários superiores aos das demais atividades. Cálculos da CNI indicam que a cada R$ 1 bilhão de produtos brasileiros exportados para a Alemanha são criados 26 mil empregos no Brasil.
Acordo Mercosul-União Europeia
Ricardo Alban destacou que a efetivação do Acordo Mercosul-UE é uma das prioridades para o fortalecimento da relação com a Alemanha e com outros parceiros estratégicos europeus. Ele observou que, durante visita à França no começo do mês, o presidente Lula disse ter recebido sinalização de que o acordo entrará em vigor no segundo semestre deste ano.
“O momento da geopolítica é singular para concretizarmos esse acordo. O tratado cria uma das maiores áreas de livre comércio do mundo, abrangendo 20% da economia global e mais de 720 milhões de consumidores. Em um cenário global de crescente protecionismo e tensões comerciais, o acordo garante ao Brasil e aos demais países do Mercosul acesso preferencial a importantes mercados, facilitando a inserção internacional e ampliando as oportunidades de comércio e investimentos entre os dois blocos”, enfatizou Alban.
Ao lado do presidente da CNI, estiveram na abertura do encontro o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa; o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues; o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa; o presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos; a secretária do Ministério Federal da Agricultura e Identidade Regional da Alemanha, Martina Englhardt-Kopf; e o vice-presidente da Comissão da Indústria Alemã para a América Latina, Michael Heinz. Ao longo desta segunda e terça-feira, empresários e representantes do poder público brasileiros e alemães estarão reunidos na busca por negócios e acordos bilaterais.
Cenário desafiador para a humanidade
O ministro Rui Costa afirmou que esta edição do EEBA acontece em um cenário desafiador para a humanidade. Além das medidas protecionistas anunciadas pelo governo dos Estados Unidos, o ministro mencionou as recentes guerras, como o conflito entre Israel e Irã, que começou na semana passada. “Diante desses fatos, mais do que nunca precisamos aprofundar e acelerar as relações multilaterais. O Brasil e a Alemanha têm valores muito similares. A definição do livre-comércio está presente aqui e podemos fazer acordos importantes”, disse Rui Costa.
Também mencionando oportunidades de acordos com o país europeu, o governador da Bahia comentou que o estado e o Brasil oferecem grandes oportunidades para a transição energética e a expansão industrial. Para ele, o governo federal tem atuado para superar esse momento desafiador em que o Brasil pode e precisa aproveitar oportunidades para se tornar líder global em economia de baixo carbono.
Emergência climática e segurança alimentar
O secretário-executivo do MDIC apontou dados que reforçam o potencial brasileiro de ampliar relações com a Alemanha, especialmente por meio da economia verde, para focar no que classificou de duas grandes emergências atuais: climática e segurança alimentar. “Temos ações políticas estruturantes capazes de abarcar todos os setores da economia, tendo em vista o desenvolvimento sustentável, criando emprego e renda”.
Segundo Márcio Elias, o Brasil oferece para o mundo alternativas capazes de resolver em larga medida essas duas emergências. “Aqui é possível produzir carros elétricos com 40% menos de gases de efeito estufa e painéis solares com 80% menos. Isso porque temos em nossa base a geração de energia renovável”, detalhou.
SENAI Cimatec é referência em pesquisa e inovação
Anfitrião do EEBA, o presidente da FIEB ressaltou a importância do Cimatec como sede do encontro, por ser um centro de referência em educação, pesquisa aplicada e inovação industrial. “Escolhemos o Cimatec por entender que este pode ser um espaço para construir uma economia cada vez mais forte e integrada, com benefícios para as duas nações”, disse Carlos Henrique Passos.
Representando a Alemanha, Martina Englhardt-Kopf destacou que o país europeu busca cada vez mais ampliar as parcerias com o Brasil. “Temos muitos desafios para enfrentarmos juntos. Quando falamos dos temas do futuro, a segurança alimentar para uma população crescente é um dos maiores desafios para a estabilidade social. Precisamos de inovação e resiliência. Não se trata de opção, mas é uma necessidade urgente, em que a parceria entre Brasil e Alemanha terá papel essencial”, afirmou.
Michael Heinz, que além de representante da Comissão da Indústria Alemã é integrante do Conselho de Administração da Basf, também comentou a importância do Acordo Mercosul-UE. Segundo ele, a Europa busca agendas estratégicas, principalmente em meio às recentes taxações impostas ao mundo pelos EUA. “Brasil e Alemanha têm as melhores condições para desenvolver produtos inovadores e de alta tecnologia. Além disso, o Brasil é um ator global da transformação energética e da economia verde, e o Mercosul tem um peso relevante para estabelecer parcerias com importantes mercados”, concluiu.